Adão e Eva Deixam o Jardim
Quando soube que os noditas estavam em marcha, Adão procurou o conselho dos Melquisedeques, mas eles se recusaram a dar-lhe orientação. Disseram apenas que fizesse como achasse melhor, mas lhe prometeram uma cooperação amistosa, em tudo o que fosse possível, qualquer decisão que ele tomasse. Os Melquisedeques haviam sido proibidos de interferir nos planos pessoais de Adão e Eva.
Adão sabia que Eva e ele haviam fracassado; a presença dos administradores Melquisedeques
evidenciava isso, embora ele ainda não soubesse nada sobre o status pessoal deles, nem sobre o seu
destino futuro. Durante uma noite inteira, esteve em reunião com alguns dos mil e duzentos seguidores
leais que propunham seguir o seu líder e, no dia seguinte, ao meio-dia, esses peregrinos saíram do Éden
em busca de novos lares. Adão não tinha nenhum gosto pela guerra e, assim sendo, sem fazer oposição,
escolheu deixar o primeiro jardim para os noditas.
Ao terceiro dia depois da sua partida do Jardim, a caravana Edênica foi detida pela chegada de transportes seráficos de Jerusém. E, pela primeira vez, Adão e Eva foram informados sobre o que seria dos seus filhos.
Enquanto os transportes permaneciam à espera, àqueles filhos que haviam chegado à idade da escolha (vinte anos) foi dada a opção de permanecerem na Terra com os seus pais ou tornarem-se pupilos dos Altíssimos de Norlatiadeque.
Dois terços deles escolheram ir para Edêntia; cerca de um terço escolheu permanecer com os seus pais. Todas as crianças que não tinham idade para escolher foram levadas para Edêntia. Ninguém poderia ter assistido à dolorosa separação desse Filho Material e dessa Filha Material dos seus filhos, sem compreender quão difícil é o caminho do transgressor.
Essa progênie de Adão e Eva agora está em Edêntia; e não sabemos o que deverá acontecer a eles.
E foi uma caravana muito triste a que se preparou para continuar a sua viagem. Poderia ter havido algo mais trágico? Terem vindo a um mundo com as esperanças mais elevadas, terem sido tão auspiciosamente recebidos e, então, sair do Éden em desgraça, e ainda perder mais de três quartos dos seus filhos, antes mesmo de encontrar uma nova residência?
A Degradação de Adão e Eva
Enquanto a caravana edênica estava parada, Adão e Eva foram informados da natureza das suas transgressões e avisados a respeito do seu destino.
Gabriel apareceu para pronunciar o julgamento. E o veredicto foi o seguinte: o Adão e a Eva Planetários da Terra são julgados em falta; violaram o pacto da sua missão de confiança como governantes deste mundo habitado.
Ainda que abatidos pelo sentimento de culpa, Adão e Eva ficaram bastante reconfortados pelo anúncio de que os juízes deles, em Sálvington, os haviam absolvido de todas acusações de terem “desrespeitado o governo do universo”. Eles não tinham sido considerados culpados de rebelião.
O par Edênico foi informado de que eles se tinham degradado ao status de mortais do reino; e que eles deviam então se conduzir, daí por diante, como um homem e uma mulher da Terra, encarando o futuro das raças do mundo como o seu próprio futuro.
Muito antes de Adão e Eva deixarem Jerusém, os seus instrutores haviam explicado detalhadamente a eles sobre as conseqüências de qualquer desvio vital dos planos divinos. Pessoalmente, e por repetidas vezes, tanto antes quanto depois de haverem chegado a Terra, eu havia prevenido a ambos que a redução ao status de carne mortal seria, certamente, o resultado, a penalidade certa, que
infalivelmente sucederia a uma falta na execução da missão planetária deles. Contudo, uma compreensão
do status de imortalidade da ordem da Filiação Material é essencial para que se compreenda claramente as
conseqüências da falta de Adão e Eva:
Adão e Eva, como os seus semelhantes de Jerusém, mantinham o status de imortais por intermédio da associação intelectual ao circuito de gravidade da mente do Espírito. Quando essa
sustentação vital é interrompida, pela disjunção mental, então, a despeito do nível espiritual de existência da criatura, o status de imortalidade é perdido. O status mortal, seguido da dissolução física, era a conseqüência inevitável da falta intelectual de Adão e Eva.
O Filho e a Filha Materiais da Terra, sendo também personalizados à semelhança da carne mortal deste mundo, eram, pois, dependentes da manutenção de um sistema circulatório dual: um, derivado das suas naturezas físicas, e, o outro, da superenergia armazenada no fruto da árvore da vida. E, sempre, o arcanjo custódio da árvore havia prevenido a Adão e a Eva de que a falta cometida contra a confiança neles depositada culminaria na degradação do status deles, e de que, pois, o acesso a essa fonte de energia seria negado a eles em seguida à sua falta.
Caligástia tivera êxito na armadilha feita para Adão e Eva, mas não realizou o seu propósito de levá-los à rebelião aberta contra o governo do universo. Eles haviam feito algo de mal, no entanto, jamais foram culpados de desrespeito à verdade, nem de se alistarem conscientemente na rebelião contra o governo probo do Pai Universal e do seu Filho Criado.
(Continua)
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